Pra quem não me conhece, eu opero uma pequena gráfica rápida e com isso tenho de dispor de equipamentos para impressões que quase sempre são urgentes 😀
E neste artigo você vai ler um pouco sobre as minhas impressões sobre a Epson L656, um modelo com tanque de tinta de fábrica e voltada para pequenos escritórios, após uma jornada de 10 mil páginas. Vale ou não a pena comprar a Epson L656?
Minhas impressões sobre a L656
A rotina de uma gráfica rápida não é fácil. Clientes querendo serviços “para ontem”, uma tonelada de impressos para serem feitos… E foi por isso que acrescentei mais uma impressora à minha lista de equipamentos, a Epson L656.
Inicialmente pensei em fazer um review tradicional, mas considerando que isso já foi feito por inúmeros outros sites e diversos canais no YouTube, resolvi então falar um pouco da minha experiência prática após imprimir 10 mil páginas nesta impressora.
A Epson L656 é uma impressora multifuncional com duas características bem distintas que me chamaram muito a atenção durante a fase de escolha: duplex (frente e verso) automático, e uma nova tecnologia de cabeça de impressão, a PrecisionCore.
Duplex automático
Porque o duplex automático chamou a minha atenção? Porque este dispositivo é padrão em impressoras voltadas para uso em escritórios (impressão de documentos), mas é um pouco raro de se encontrar em impressoras da Epson, por incrível que pareça.
É claro que qualquer impressora pode imprimir frente e verso virando manualmente as folhas, mas o dispositivo de duplex automático auxilia ao lidar com certos tipos de documentos (não, duplex automático não é muito útil quando se quer imprimir cartões de visita frente e verso).
Cabeça PrecisionCore
A Epson, a Brother e outros fabricantes utilizam cabeças de impressão com tecnologia piezoelétrica, o que faz com que elas sejam mais caras mas também muito mais resistentes. Cabeças piezoelétricas não “queimam” e raramente apresentam problemas fatais.
Em contrapartida, as cabeças de impressão piezoelétricas tradicionais são mais lentas em relação às cabeças térmicas usadas pela HP, Canon e outros fabricantes. Nessas, uma linha de impressão pode ser completada com uma única passada enquanto numa cabeça piezoelétrica é necessário que sejam feitas quatro passadas. Isso explica porque uma HP imprimindo em modo normal pode atingir uma velocidade de cerca de 8 páginas por minuto, enquanto uma Epson atinge cerca de 2 ou 3 páginas por minuto.
Isso até a chegada da tecnologia PrecisionCore. Nela os jatos são mais próximos entre si, e com isso a cabeça de impressão consegue completar uma linha em apenas duas passadas. Nos diversos testes que fiz, consegui obter a velocidade de cerca de 7 ou 8 páginas por minuto no modo normal com impressão somente em um lado, e cerca de 4 ou 5 páginas por minuto usando o duplex automático.
O que eu gostei
O que eu gostei nesta impressora, além dos dois itens citados acima, foi:
- O tanque de tinta integrado (é claro!)
- O fato dela ser uma impressora compacta e bem rápida
- Conexão Wi-Fi para impressão a partir do PC, do smartphone ou de serviços na nuvem como o Google Cloud Print
- Funções de digitalização direta para e-mail, serviços na nuvem, etc
- O scanner com alimentador automático de documentos
- O reset dos níveis de tinta pelo próprio painel, sem precisar de códigos ou programas (exceto para as almofadas de limpeza, mas esse assunto fica pra outro dia)
Mas nem tudo são flores, então…
O que eu não gostei
- O apoio da tampa do scanner. Não sei se é do projeto ou se o meu veio com defeito, mas o apoio é bem fraco e não é capaz de segurar a tampa na diagonal como geralmente ocorre nas multifuncionais. É necessário levantar a tampa completamente e deixá-la na vertical, caso contrário ela vai cair e poderia quebrar o vidro.
- O scanner não pode ser usado enquanto se está imprimindo, e vice-versa.
- A tela de LCD é um pouco pequena demais e só exibe textos.
- Possui fax (Quem é que usa fax hoje em dia no Brasil? Que tal substituir por um botão ENVIAR PELO WHATSAPP? 😀 )
- Ao imprimir frente e verso o driver automaticamente reduz o volume de tinta usado, fazendo com que as impressões fiquem mais claras (possivelmente para evitar atolamento de papel, já que o papel sulfite facilmente fica encharcado em imagens mais carregadas). É necessário configurar o volume de tinta caso não queira que isso ocorra, ou deixá-la como está, caso o papel esteja raspando na cabeça.
Compatibilidade de papéis
Impressoras da Epson são muito usadas em gráficas rápidas e por quem produz materiais artesanais impressos devido à sua qualidade e versatilidade, especialmente com relação a papéis mais grossos como o glossy 230g (ideal para cartões de visita), opaline 180g (opção popular para convites) e diversos outros.
Várias impressoras da Epson são apropriadas para artes gráficas em geral, mas a L656 é uma impressora voltada para uso em escritórios e por isso há ressalvas com relação aos papéis que ela pode utilizar, ou seja, o ideal seria apenas usar papel sulfite e apenas abaixo de 120g. Ainda assim, fiz diversos testes com papéis e as conclusões estão abaixo.
- Esta impressora puxa o papel pela frente e o mesmo faz uma curva de 180 graus ao iniciar a impressão. Sendo assim, folhas mais “duras” apresentarão problemas, e folhas mais “moles” podem não apresentar nenhum problema. Observe que “dura” ou “mole” tem a ver com a composição do material e não com a espessura da folha em si.
- Sulfite em geral: não tive nenhum tipo de problema em nenhuma configuração.
- Opaline 180g: não tive dificuldades, e inclusive o duplex automático funcionou corretamente.
- Glossy 180g: incrivelmente, não tive dificuldades. O duplex automático funcionou corretamente, porém os rolos marcaram um pouco a impressão mas não causaram manchas. O teste foi feito com configuração de papel normal, pois na configuração de papel glossy o duplex não está disponível. Usar a configuração de papel normal não é recomendado, a configuração de papel glossy produz uma melhor fidelidade de cores no papel glossy.
- Adesivo glossy 130g: não funcionou. Na marca de papel que utilizo, o adesivo glossy é mais “duro” que o glossy 180g, por isso não deu certo.
- Glossy 120g dupla face: funcionou sem problema algum.
- Envelopes: houveram alguns problemas, mas eram mais culpa do próprio envelope. É complicado imprimir envelopes em impressoras jato de tinta pois eles podem já vir um tanto amassados, o que causa todo tipo de problema. O ideal para envelopes é uma impressora laser.
Apesar da Epson L656 oferecer opções para impressão em papel glossy, ela não imprime sem bordas.
Lembrando novamente que esta é uma impressora destinada a uso em escritórios, e não para produção de artes gráficas. Portanto, eu vejo o fato dela conseguir imprimir em papéis especiais como um ótimo bônus, mas não foi para isso que eu a comprei.
Conclusões
Após 10 mil páginas impressas, posso concluir que foi uma ótima compra para a finalidade que eu buscava. Esta é uma impressora realmente rápida – em apenas 2 dias fui capaz de imprimir 80 apostilas, totalizando aproximadamente 5 mil páginas, quando antes demorava algo em torno de uma semana inteira.
Assim como todos os outros equipamentos da Epson, o preço desta impressora pode ser um tanto salgado. Mas, assim como também com outros equipamentos, é um investimento que se paga facilmente. Você pode montar um pequeno negócio de fotocópias para atender o seu bairro, ou imprimir apostilas e panfletos, ou prestar diversos outros serviços de impressão. Sempre haverá demanda por materiais impressos, e o seu investimento se pagará em pouco tempo.
A Epson L656 está disponível em diversas lojas online e em marketplaces.
Aviso de isenção: esta análise foi baseada em minha experiência prática com este equipamento, o qual foi adquirido com recursos próprios para utilização em minha empresa. Não houve patrocínio nem empréstimo de nenhum tipo (bem que eu queria, assim eu poderia fazer mais e mais reviews… mas fazer o quê 😀 ).